STJD absolve Dorival Júnior e dirigentes do Corinthians após críticas à arbitragem
Julgamento analisou conduta de profissionais após empate com o Internacional; tribunal apontou falhas no relato da súmula e decidiu pela absolvição
25/11/2025 16:16

Foto: JORGE LANSARIN
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu, na manhã desta terça-feira (25), pela absolvição do técnico Dorival Júnior, do executivo de futebol Fabinho Soldado e do presidente Osmar Stábile, todos representantes do Corinthians. O julgamento, conduzido pela 5ª Comissão Disciplinar, analisou as denúncias referentes às reclamações acintosas contra a equipe de arbitragem ocorridas após o empate por 1 a 1 contra o Internacional, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro no início de outubro. A decisão favorável ao clube paulista encerra o risco de suspensões que poderiam desfalcar o comando da equipe na reta final da temporada.
A sessão no tribunal foi marcada pela unanimidade dos auditores, que acompanharam o voto do relator Ramon Rocha Santos. A denúncia formulada pela Procuradoria de Justiça Desportiva baseava-se no artigo 258 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que versa sobre atitudes desrespeitosas contra oficiais da partida. No entanto, o tribunal considerou a acusação improcedente, acatando a tese da defesa de que a súmula redigida pelo árbitro Rodrigo José Pereira de Lima apresentava inconsistências técnicas, falhando em individualizar as condutas e atribuindo frases idênticas a diferentes pessoas, o que enfraqueceu a validade do documento como prova punitiva.
Argumentos da defesa e falhas na súmula
O episódio que motivou o processo ocorreu após um gol de empate do Internacional no último minuto, originado de uma penalidade assinalada contra o zagueiro Cacá. A marcação gerou revolta imediata nos profissionais do Corinthians, que confrontaram o árbitro ainda no gramado. Durante a defesa, os advogados do clube alvinegro sustentaram que o relato oficial da partida não especificava com clareza quem proferiu quais ofensas, criando uma generalização que prejudicaria o direito de defesa dos acusados. Dorival Júnior, especificamente acusado de dificultar a saída do trio de arbitragem, admitiu o nervosismo, mas contestou veementemente o conteúdo registrado no documento oficial.
Em seu depoimento durante o julgamento, o treinador corintiano reconheceu que o momento do jogo gerou uma reação emocional intensa, mas negou as descrições exatas colocadas pelo juiz na súmula. Ao explicar sua conduta perante os auditores, Dorival Júnior declarou: “- Houve, sim, desequilíbrio muito grande em relação ao lance, me excedi nas manifestações ali dentro, mas eu parei por aí. Eu fico abismado de ver as colocações que ele (o árbitro) fez”. A postura do técnico em admitir o excesso, porém contestar a veracidade integral do relatório, foi fundamental para o convencimento dos auditores sobre a fragilidade da denúncia.
Posicionamento da diretoria e decisão final
Outro ponto central do julgamento foi a participação de Fabinho Soldado, executivo de futebol, que teria supostamente afirmado que a arbitragem era uma “vergonha”. O dirigente explicou que sua invasão ao campo teve o objetivo oposto ao de incitar conflito. Segundo ele, a presença da diretoria no gramado visava conter os ânimos para evitar punições maiores ao clube. Fabinho argumentou: “- Nossa intenção é sempre para acalmar, porque a gente já sabe que uma palavra a mais dos atletas, da comissão técnica, possivelmente o clube vai ser prejudicado. Minha entrada no campo é justamente para isso, para acalmar os ânimos, para dar uma palavra de ordem, para que os atletas e a comissão técnica não passem do tom”. Além dos corintianos, os dirigentes do Internacional, incluindo Alessandro Barcelos e D’Alessandro, também foram julgados e absolvidos no mesmo processo.
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