Renato Gaúcho avalia participação brasileira no Mundial de Clubes e destaca retorno da credibilidade
Após a eliminação do Fluminense, o técnico Renato Gaúcho comentou a performance dos times brasileiros no Mundial de Clubes, citando Palmeiras, Flamengo e Botafogo.
09/07/2025 11:22

Lucas Uebel/Grêmio
A eliminação do Fluminense no Mundial de Clubes, após derrota por 2 a 0 para o Chelsea, marcou o fim da participação brasileira no torneio. O resultado, com dois gols de João Pedro, levou o jogador Jhon Arias às lágrimas e provocou uma análise profunda do técnico Renato Gaúcho sobre o desempenho dos clubes do Brasil na competição. Em sua coletiva de imprensa, o treinador abordou a dificuldade financeira de competir com equipes europeias e o impacto da participação brasileira na credibilidade do futebol nacional.
O Palmeiras foi desclassificado ao perder para o Chelsea nas quartas de final, após Botafogo e Flamengo caírem nas oitavas de final. Agora, com a saída do Fluminense, o Brasil não tem mais representantes no torneio. Renato Gaúcho, ao comentar a situação, fez questão de mencionar a realidade financeira que os clubes brasileiros enfrentam em comparação com os gigantes europeus, citando o alto valor de transferência de jogadores como João Pedro.
Desafios Financeiros e a Realidade Brasileira
Renato Gaúcho destacou a disparidade econômica entre os clubes brasileiros e europeus, uma realidade que, segundo ele, inviabiliza a competição em termos de investimento. “Não adianta os brasileiros quererem competir com os europeus em termos financeiros. Se eu não me engano, o João Pedro custou mais de R$ 400 milhões ao Chelsea. Inviável para qualquer clube brasileiro. Até para Flamengo, Palmeiras, Botafogo… Não dá para competir na parte financeira. Os brasileiros formam jogadores para vender para a Europa para sobreviver. Essa é uma realidade desde a minha época de jogador”, afirmou o técnico. Essa observação sublinha a estratégia de muitos clubes brasileiros de desenvolver talentos para exportação, uma forma de sustentar suas operações financeiras.
A fala de Renato Gaúcho ressalta um ponto crucial sobre o modelo de negócios do futebol brasileiro, que se baseia na formação e venda de atletas para mercados mais ricos. Essa dinâmica, embora necessária para a sobrevivência financeira dos clubes, impede que as equipes brasileiras mantenham seus principais talentos por longos períodos, dificultando a construção de elencos competitivos a longo prazo em nível global. A eliminação dos quatro representantes brasileiros no Mundial de Clubes, embora dolorosa, reforça a necessidade de uma reflexão sobre a sustentabilidade e a competitividade do futebol nacional em um cenário globalizado.
O Retorno da Credibilidade e a Valorização do Treinador Brasileiro
Apesar das eliminações, Renato Gaúcho expressou otimismo quanto ao impacto da participação brasileira no Mundial de Clubes na percepção internacional do futebol do país. Ele acredita que a presença de grandes equipes como Flamengo, Botafogo, Palmeiras e Fluminense contribuiu para o retorno da credibilidade do futebol brasileiro. “Eu acho que a credibilidade voltou bastante forte para o futebol brasileiro. Pelas grandes equipes, tanto o Flamengo, o Botafogo e o Palmeiras. Agora, o Fluminense chegando à semifinal. Em termos de Europa, não só o mundo, mas que o Brasil possa olhar com outros olhos o treinador brasileiro. Valorizar mais os treinadores brasileiros também”, completou o técnico.
Essa perspectiva de Renato Gaúcho sugere que, mesmo sem o título, a performance dos clubes brasileiros no Mundial serviu para reafirmar a qualidade do futebol praticado no país e, consequentemente, a capacidade dos treinadores brasileiros. A valorização dos profissionais locais é um tema recorrente no debate sobre o desenvolvimento do esporte no Brasil, e a visibilidade proporcionada por torneios internacionais como o Mundial de Clubes pode ser um catalisador para essa mudança de percepção. Enquanto isso, o Palmeiras, por exemplo, segue sua preparação para a volta do Brasileirão, com um jogo adiado contra o Santos, demonstrando que o foco agora se volta para as competições nacionais.