SÉRIE A

Presidente do Flamengo critica dono do Botafogo e pede fair play no Brasil

Landim cita gastos do Botafogo em contratações e crítica empresas como a de Textor

15/11/2024 22:35

Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, crítica John Textor, dono do Botafogo

Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, crítica John Textor, dono do Botafogo

Foto: Alexandre Vidal/CRF

O atual presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, voltou a citar a criação de um ‘fair play financeiro’ no Brasileirão. Em entrevista, ele disse que a CBF precisa regular as finanças dos clubes e aproveitou para cutucar John Textor, dono da SAF do Botafogo.

 

Landim criticou a criação de ‘grupos internacionais’ que controlam diversos clubes ao redor do mundo. Esse é o caso da Eagle Football Group, empresa de Textor que, além do alvinegro carioca, é dona do Lyon, Crystal Palace e do Molenbeek (Bélgica).

 

“O Fair Play Financeiro precisa ser regulado a nível de FIFA. Os clubes estão se formando em grupos transnacionais. O sujeito compra um clube na Espanha, outro na França, outro nos Estados Unidos, e aí é o seguinte… O sujeito injeta dinheiro numa companhia, que controla todos esses clubes e, por exemplo, existem ligas que tem Fair Play Financeiro, que controlam a capacidade de investimento. Aqui no Brasil não temos isso. Meu amigo John Textor vai ficar aborrecido mais uma vez porque eu vou ter que falar isso aqui. No ano passado, acho que o Botafogo teve R$ 330 milhões de receita e investiu provavelmente R$ 500 milhões esse ano. Como é que alguém que tem R$ 300 milhões de receita pode investir R$ 500 milhões? Então, só para explicar, uma preocupação é que amanhã um sheik pode definir que um time aqui vai ser campeão brasileiro”, disse, em entrevista ao “Flow Podcast”.

 

Entretanto, nesta sexta-feira, o Lyon sofreu uma sanção na França que impede o clube de contratar jogadores e que pode culminar em rebaixamento no fim da temporada. A atual dívida do clube françes é superior a 500 milhões de euros.

 

 

O presidente do Flamengo é um dos idealizadores do plano de implementar o Fair Play Financeiro no futebol brasileiro. A regra está presente nas grandes ligas europeias, como Premier League, La Liga, Bundesliga, entre outras, mas sofre certa rejeição no Brasil.

 

Além da “moda” de clubes co-irmãos, Landim também se incomoda com os gastos excessivos feitos por equipes que funcionam neste modelo. Um exemplo recente é Thiago Almada e Luiz Henrique, contratações mais caras da história do Botafogo, mas que podem reforçar o Lyon futuramente.

 

“O que mais me preocupa no Fair Play Financeiro é que, por exemplo, na liga francesa há limite de investimento. Vamos supor que um clube aqui no Brasil, onde não tem Fair Play Financeiro, pode investir o que quiser, compra um jogador por 30 milhões de euros. Aí ele passa 6 meses ou 1 ano aqui como barriga de aluguel e aí você empresta para um clube co-irmão do mesmo grupo de graça. O que vai acontecer? Este clube brasileiro que não tem Fair Play vai ter um prejuízo do tamanho do investimento e este clube co-irmão vai ter um jogador caríssimo sem pagar nada. Isso é uma maneira de burlar o Fair Play Financeiro”, afirmou Landim.

 

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O Flamengo ainda não adotou o modelo Sociedade Anônima do Futebol (SAF), que permite que um clube pertença a uma empresa ou pessoas.

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