MP investiga suposta ligação entre Corinthians e PCC após apurações envolvendo cartões

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) está investigando uma possível ligação entre o Corinthians e o Primeiro Comando da Capital (PCC), segundo reportagem publicada pelo GE. As investigações incluem diligências que verificaram uso de cartões de crédito associados a despesas da presidência do clube e apuram se houve intermediação do próprio Corinthians na locação de um imóvel que teria ligação com um homem suspeito de integrar a organização.

Diligências investigam cartões e declaração de dirigente

As averiguações ganharam força após depoimento prestado ao MPSP em 14 de agosto por Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, que afirmou que “o crime organizado se infiltrou” no clube e relatou receber ameaças em razão de suas atividades. Durante as ações investigativas, a utilização de cartões de crédito para pagamentos relacionados à presidência foi alvo de análise por parte dos promotores.

O promotor Cássio Roberto Conserino requisitou esclarecimentos para apurar se atletas do clube chegaram a ocupar o imóvel em questão, localizado na zona leste da capital paulista, e se o Corinthians teria atuado como intermediador da locação. Foram solicitadas informações aos jogadores Fausto Vera, Rodrigo Garro e Talles Magno para esclarecer eventuais vínculos com o endereço e o proprietário apontado como suspeito de integrar a organização.

Apuração sobre hospedagem e intermediação de aluguel

Além das questões sobre hospedagem, o MPSP investiga documentos e contratos que possam comprovar a intermediação do clube na locação, assim como a origem dos pagamentos registrados nos cartões utilizados para despesas da presidência. As diligências têm caráter preliminar e buscam reunir elementos que possam confirmar ou afastar suspeitas sobre relações entre indivíduos e estruturas vinculadas ao PCC.

As apurações seguem em andamento, com pedidos de esclarecimento feitos a dirigentes, atletas e à administração do Corinthians. Não há, no momento, registro de denúncias formais decorrentes das investigações divulgadas, e o procedimento continuará com a análise das informações solicitadas às partes envolvidas.