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Médico do São Paulo justifica uso de canetas para perda de peso em atletas

Nutrólogo afirma que medicamento não é proibido pela WADA e visou tratar lesões articulares em dois atletas com acompanhamento rigoroso

12/12/2025 21:49 - Atualizado 12/12/2025 21:51

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Foto: Reprodução, SPFC

O departamento médico do São Paulo Futebol Clube tornou-se foco de atenção após a divulgação de informações sobre uma crise interna e um elevado número de desfalques físicos na temporada de 2025. Diante da repercussão de uma reportagem do UOL, o nutrólogo Eduardo Rauen prestou esclarecimentos sobre a prescrição do medicamento Mounjaro para integrantes do elenco. O profissional de saúde detalhou os motivos clínicos que levaram à utilização das chamadas canetas para redução de peso em dois jogadores, refutando a ideia de que houve desconhecimento por parte da equipe ou falta de critério técnico na decisão.

Rauen defendeu que a conduta foi baseada em análises individuais e necessidades específicas de saúde, focando na recuperação física. Segundo o médico, a aplicação do fármaco seguiu protocolos estabelecidos para casos onde há excesso de peso combinado com problemas nas articulações. Em sua justificativa, ele afirmou: “Não houve qualquer polêmica. O que existiu foram tratamentos médicos individualizados, indicados de forma pontual após avaliações clínicas criteriosas. Conforme descrito na bula, pacientes com IMC acima de 27,5 associados a comorbidades — no caso específico, lesões articulares — têm indicação formal para o uso do medicamento”.

Monitoramento e normas antidoping

O especialista ressaltou que o tratamento ocorreu dentro de uma janela terapêutica planejada, com supervisão diária para controlar a composição física e eventuais reações adversas. Os resultados apontados pelo médico indicaram benefícios diretos para a performance e saúde dos envolvidos. Rauen pontuou: “Os dados mostram que os atletas conseguiram perder peso corporal, diminuir o percentual de gordura e melhorar a massa muscular”. Além disso, ele garantiu a segurança jurídica do procedimento perante as entidades esportivas, declarando: “Importante deixar claro: o medicamento não faz parte da lista de substâncias proibidas pela WADA, portanto não existe qualquer irregularidade ou risco de infração”.

Sobre a aquisição do produto, o médico explicou que o Mounjaro é regularizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e produzido pelo laboratório Eli Lilly. A compra pode ser realizada diretamente em farmácias nacionais ou via importação, desde que mediante prescrição médica adequada. A escolha da origem do medicamento cabe ao paciente em conjunto com o profissional, sendo fundamental a garantia de autenticidade do produto. O objetivo central, segundo o relato, foi assegurar um procedimento legítimo e respaldado pela literatura médica vigente.

Detalhes sobre dosagens e fabricação

Para finalizar os esclarecimentos, Eduardo Rauen abordou as diferentes apresentações do fármaco disponíveis no mercado. No Brasil, as dosagens aprovadas variam entre 2,5 mg e 10 mg, encontradas em estabelecimentos autorizados. O médico observou que existem versões fabricadas para outros países com concentrações de 12,5 mg e 15 mg, o que justifica a presença de rótulos em outros idiomas em alguns casos. Ele reforçou que tal fato não caracteriza irregularidade, contanto que o medicamento seja original da fabricante oficial e utilizado com o devido acompanhamento profissional.

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