Marcos Rocha desabafa sobre saída do Palmeiras e revela mágoa

Em entrevista após sua apresentação no Grêmio, nesta quinta-feira (21), o lateral-direito Marcos Rocha abriu o jogo sobre sua recente saída do Palmeiras. O jogador, que conquistou 12 títulos em oito anos vestindo a camisa alviverde, revelou mágoa com a forma como foi tratado nos seus últimos dias no clube. Rocha detalhou uma conversa com Anderson Barros, diretor de futebol do Palmeiras, na qual foi informado sobre os planos do clube para as próximas temporadas, que incluíam a aposta em jogadores mais jovens e a busca por atletas no exterior.

A conversa com a diretoria palmeirense foi o ponto crucial para a decisão de Rocha. “Na segunda-feira (18), tive uma conversa direta com o Anderson, onde ele apresentou todo o projeto que o Palmeiras estava tendo para as próximas temporadas, jogadores mais jovens, jogadores que eles buscaram fora do país para tentar fazer até uma possível revenda novamente”, relatou o lateral. A partir daí, Rocha percebeu que havia se tornado a terceira opção para a lateral-direita, atrás de Giovani e do recém-chegado Khellven. “Acabou que eu virei a terceira opção, porque o Abel já estava trabalhando com o Giay e trouxe o Khellven”, afirmou.

O peso da terceira opção e a busca por novos ares

A sensação de ser preterido foi determinante para a saída do jogador. “No primeiro momento, eu já entendi o processo, eu já me senti um pouco deslocado, durante o dia a dia, você já sabia que você já não era mais importante para determinados momentos”, desabafou Rocha. Diante desse cenário, o jogador acionou seu empresário e, em pouco tempo, surgiu a oportunidade de se transferir para o Grêmio. “E quando acionei meu empresário, ele falou assim: ‘calma que eu vou resolver essa situação e tal’. Surgiu a primeira opção, o Grêmio”, explicou.

Rocha chegou ao Palmeiras em 2018, após uma passagem vitoriosa pelo Atlético-MG. No clube paulista, acumulou uma coleção invejável de títulos, incluindo duas Libertadores (2020 e 2021), três Campeonatos Brasileiros (2018, 2022 e 2023), uma Copa do Brasil (2020), uma Recopa Sul-Americana (2022), uma Supercopa do Brasil (2023) e quatro Campeonatos Paulistas.

O futuro no Grêmio e o exemplo do Palmeiras

Questionado sobre a trajetória de sucesso do Palmeiras nos últimos anos, Rocha destacou o investimento na base como um fator crucial para a ascensão do clube. O lateral acredita que o Grêmio pode seguir um caminho semelhante, aproveitando o potencial de suas categorias de base para se reestruturar e alcançar grandes conquistas. “Acho que o Grêmio tem tudo para que isso possa acontecer, está se reestruturando. O Palmeiras foi um clube que investiu muito nas categorias de base”, observou.

Rocha ainda ressaltou o impacto financeiro das vendas de jovens jogadores formados no Palmeiras, que geram receitas significativas para o clube. “Hoje você pode ver as vendas que o Palmeiras faz com jogadores jovens de 17, 18 anos. São vendas astronômicas. A gente está falando aí de 50, 60 milhões de euros, não é qualquer clube que faz isso no Brasil”, comentou. Para o lateral, esse modelo de gestão, que alia investimento na base e vendas estratégicas, é fundamental para a sustentabilidade financeira de um clube de futebol. “Nem sempre a equipe profissional vai conseguir faturar o suficiente para se manter, mas através das categorias de base, com grandes jogadores promissores, conseguem fazer vendas que conseguem manter um ecossistema que todos ganham”, concluiu.