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John Textor detalha futuro da SAF do Botafogo e cita “falta de motivação” no elenco

Em entrevista ao UOL, empresário fala de receitas até US$ 240 milhões, impasse societário e reformulação do time

13/10/2025 16:31

John Textor, dono do Botafogo • Wagner Meier/Getty Images

Em meio a disputa societária pelo controle do futebol do Botafogo, John Textor voltou a tratar do futuro da SAF e do desempenho do time. Em entrevista ao UOL, reproduzida pela CNN Brasil, o empresário afirmou que o clube vive momento de solidez financeira, defendeu a manutenção do modelo multiclubes da Eagle e reconheceu obstáculos recentes no campo esportivo. Ele também mencionou a possibilidade de reorganização societária, a depender dos desdobramentos entre acionistas, e atribuiu parte da queda de rendimento à “falta de motivação” observada no elenco após a temporada passada.

Segundo Textor, os números sustentam a avaliação de saúde financeira. “Eu diria que as pessoas precisam entender que o Botafogo, como clube, tem tido um bom desempenho financeiro. E nossa receita aumentou de US$ 20 milhões quando começamos isso em 2022 para bem mais de US$ 200 milhões este ano. Talvez fique mais perto de US$ 240 milhões.” Ao tratar da Eagle, frisou a preferência por manter o arranjo: “Meu objetivo é que a Eagle permaneça unida em seu ecossistema atual, porque esse relacionamento multiclubes tem funcionado muito bem para o Botafogo.” Ainda assim, admitiu que alternativas estão na mesa: “E, sim, já consideramos um cenário de divórcio, onde eu compraria o Botafogo com os sócios e o tiraria da Eagle, mas também trabalhamos muito em algumas ideias melhores para nos mantermos juntos”.

Disputa pelo controle da SAF do Botafogo

Embora Textor sustente que a disputa “está acabada”, movimentos internos continuam. A CNN relata a aproximação entre João Paulo Magalhães Lins, presidente do clube associativo, e a Eagle Holding Football. O clube social detém 10% da SAF e precisa chancelar mudanças relevantes. Em 29 de setembro, uma reunião do Conselho Deliberativo foi interrompida após representante da SAF não responder questionamentos, e o encontro foi adiado para 14 de outubro. Durcesio Mello, que liderava o Botafogo na assinatura da SAF, não compareceu à sessão.

A instabilidade administrativa coincidiu com a transição no comando técnico. Após a saída de Artur Jorge para o Catar, a escolha do novo treinador levou mais de 50 dias. À época, Textor disse que “não havia pressa”. Na entrevista, ele relatou negativas de nomes procurados e explicou como o processo avançou: “Não consegui persuadir ninguém sobre o projeto. Um após o outro, Tite, Tata Martino, Rafa Benítez, como você quiser.” Sobre a primeira opção, acrescentou: “O primeiro, minha primeira escolha, só porque ele queria muito o cargo, ele aceitou. Ele é o André Jardine, no México, querendo voltar para o Brasil.” A negociação, porém, não prosperou: “Bom, aí ele diz, ‘bom, eu nunca quis o emprego’.”

Reformulação do elenco e queda de motivação

A reestruturação do grupo campeão envolveu mais de 20 saídas e chegadas, o que, segundo Textor, impactou continuidade e intensidade. “Muitos dos jogadores que você ama do ano do título querem sair no ano seguinte. Porque eles dizem: ‘Ei, já fiz o máximo que podia aqui no Brasil, no Botafogo. Estou no fim da minha carreira. Preciso ganhar dinheiro no Catar. Ou estou chegando à minha última oportunidade de ir para a Europa.” Ao avaliar o desempenho do plantel atual, ele apontou um declínio físico associado ao aspecto anímico: “E então há uma falta de motivação, uma falta de energia. Como alguns dos mesmos jogadores que ganharam aquele campeonato para nós um ano antes, se você olhar para os números deles correndo, apenas correndo, eles estão correndo a um nível de 85% do que estavam correndo apenas um ano antes, quando ganhamos o campeonato. A motivação de todos caiu.”

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