Busca

CBF/Seleção

Dunga diz que Vini Jr é líder técnico e aponta Casemiro como referência na Seleção

Ex-capitão disse ao Marca que Vini Jr lidera em campo, mas não no vestiário, e elogiou a chegada de Ancelotti

17/11/2025 11:50

Foto: Jonathan Paul Larsen

O ex-capitão da Seleção Brasileira e campeão mundial de 1994, Dunga, avaliou o papel de Vinicius Júnior no time de Carlo Ancelotti e tratou da liderança no elenco nacional. Em entrevista ao jornal Marca, concedida após ser incluído no Hall da Fama do Futebol do Pachuca, o ex-treinador afirmou que o atacante do Real Madrid é hoje a principal referência técnica da equipe, mas não enxerga nele a figura que organiza o grupo fora de campo. Ao mesmo tempo, apontou Casemiro como o nome com perfil para exercer a liderança emocional em meio às mudanças recentes no ambiente da Seleção.

Segundo Dunga, a atuação de Vini Jr se impõe pelo impacto com a bola e pela iniciativa dentro de campo. No entanto, essa influência não se estenderia ao vestiário, razão pela qual ele defende a separação entre protagonismo técnico e liderança de grupo. Em suas palavras: “Vini é um líder técnico. Ele cria. Ele toma iniciativa. Mas não é um líder de vestiário. O Brasil ainda precisa dessa figura”. Ao projetar um nome para ocupar esse espaço, o ex-volante citou o meio-campista do Manchester United. “Casemiro pode ser esse líder. Já faz tempo que não temos alguém assim. E empurrar isso para o Vinicius não é justo”.

Liderança na Seleção Brasileira: Vini Jr e Casemiro

Dunga também comparou o desempenho do atacante no Real Madrid e na Seleção. Para ele, a diferença é menos técnica e mais estrutural, relacionada ao peso de responsabilidades distribuídas no clube e concentradas no time nacional. “Em Madrid, ele só pensa em jogar. Aqui, não. Lá existem outros líderes. No Brasil, a carga cai sobre ele”. O ex-treinador destacou o comportamento competitivo do jogador: “Ele acredita nele. Ele tenta de novo. Isso é raro. Em uma Copa, esse tipo de mentalidade faz diferença”.

Ao comentar a chegada de Carlo Ancelotti ao comando da Seleção, Dunga avaliou que um técnico estrangeiro ajudou a reduzir ruídos extraesportivos e a recentrar o debate no campo. “Era hora de tentar um estrangeiro. O ambiente estava pesado. Com Ancelotti, se fala só de futebol”. Na análise do cenário internacional, ele citou que Espanha, França e Argentina vivem momento superior atualmente, mas ressaltou a volatilidade no ciclo até 2026: “Em seis meses, tudo vira. Nada é definitivo”.

Análise sobre Rodrygo e Endrick no Real Madrid

Dunga ainda tratou do desenvolvimento dos jovens brasileiros no clube espanhol. Para ele, sequência de jogos é determinante para evolução de Rodrygo e Endrick, especialmente em fases de adaptação e sob novas comissões técnicas. “O jogador brasileiro precisa jogar. Ele é diferente. Ficar sem minutos derruba confiança”. Ao falar sobre a formação de talentos, reforçou a importância de calendário e ritmo: “Se o jovem não joga três vezes por semana, perde horas de experiência. Isso é devastador”. As observações do ex-capitão se somam ao debate sobre papéis, responsabilidades e gestão de elenco na Seleção sob Ancelotti.

Mais Noticias