Bruno Lage cobra valor milionário de Textor na Justiça
Ação na justiça inglesa é referente ao período em que treinador comandou o Botafogo no Brasileirão de 2023
12/04/2025 11:13 - Atualizado 12/04/2025 11:15

Técnico português aciona John Textor na justiça inglesa (Foto: Vitor Silva / Botafogo)
Com passagem de pouco êxito no Botafogo em 2023, o técnico português Bruno Lage entrou com uma ação na justiça da Inglaterra contra o dono da SAF alvinegra, John Textor. O treinador cobra 6 milhões de libras (R$ 46 milhões na cotação atual) do dirigente americano.
A informação foi publicada no site do jornal inglês “The Telegraph” e confirmada pela Eagle Football, holding de Textor.
Bruno Lage ficou no Botafogo de julho a outubro de 2023. No processo, o treinador alega que, após chegar ao Alvinegro, assinou um contrato com Textor, onde o empresário americano se comprometia a dar a oportunidade de comandar o Lyon ou o Crystal Palace no período de 1º de janeiro a 15 de abril de 2024. Textor é dono do clube francês e acionista minoritário da equipe inglesa.
Ainda segundo o documento celebrado entre as partes, a oferta contratual oferecida a Lage e sua comissão técnica deveria ser de pelo menos duas temporadas, com valor de 2,75 milhões de libras (R$ 21 milhões na cotação atual), livres de impostos por ano.
Se não houvesse proposta de um dos clubes, Textor deveria pagar ao técnico o total desse valor. Para chegar aos 6 milhões de libras cobrados na Justiça inglesa, os advogados de Lage calcularam a quantia da oferta prevista no contrato (5,5 milhões de libras na soma dos dois anos) e acrescentaram juros, custos e “qualquer outra reparação que o tribunal julgar adequada”.
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O contrato ainda previa que Bruno Lage deveria pagar 2,75 milhões de libras a Textor se assumisse um time fora da Eagle Football. No período de janeiro a abril de 2024. Depois da demissão do Botafogo, o treinador ficou sem emprego até setembro de 2024, quando assumiu o Benfica, no qual permanece até hoje.
Nota da Eagle
“A Eagle Football está ciente de uma ação judicial movida contra ela em nome de Bruno Silva do Nascimento (conhecido como ‘Bruno Lage’). A ação se refere a uma disputa sobre a interpretação adequada de um acordo histórico entre a Eagle e o Sr. Lage. A opinião da Eagle é que o Sr. Lage não tem direito contratual aos valores reivindicados em seu nome. Consequentemente, a Eagle defenderá vigorosamente a ação e buscará recuperar os custos de fazê-lo do Sr. Lage. A Eagle Football observa que a ação de Bruno Lage se refere a uma suposta falha em lhe oferecer uma vaga em um de seus clubes. A Eagle Football considera curioso que Bruno Lage se sinta prejudicado por isso, visto que, como amplamente divulgado, ele efetivamente se afastou de um dos clubes da Eagle Football, o Botafogo. A Eagle Football permanece aberta a uma discussão construtiva com Bruno Lage ou seus representantes com o objetivo de resolver a disputa e encerrar o litígio, o que, em última análise, não beneficiará nenhuma das partes.”
Momento complicado no Botafogo
O trabalho de Bruno Lage e sua comissão técnica teve duração de quase três meses e foi marcado por instabilidade e antipatia da torcida. O técnico assumiu a equipe na liderança do Brasileirão. No comando do Botafogo, Lage venceu cinco jogos, empatou sete e perdeu quatro.
Depois da derrota no clássico contra o Flamengo no Nilton Santos, o português chegou a entregar o cargo na entrevista coletiva, mas foi mantido no cargo. Em 2 de outubro, barrou Tiquinho Soares na partida contra o Goiás em casa, que acabou com empate por 1 a 1, decisão que caiu mal entre jogadores e torcedores. No dia seguinte, o português foi demitido.