Abel Ferreira relembra ofensas após eliminação e prega cautela no Palmeiras após 3 a 1 no River

O Palmeiras avançou às semifinais da Libertadores ao vencer o River Plate por 3 a 1 no Allianz Parque, na noite de quarta-feira (24). Após a partida, o técnico Abel Ferreira manteve o discurso cauteloso e citou um episódio de pouco mais de um mês atrás, quando a equipe foi eliminada pelo Corinthians nas oitavas de final da Copa do Brasil. O treinador afirmou que as vaias e ofensas recebidas naquele momento por parte de torcedores ainda são lembradas por ele e pelo elenco, apesar da atual fase esportiva. Para Abel, o contexto recente reforça a necessidade de equilíbrio entre elogios e críticas ao desempenho.

O jogo contra o River teve como destaque a dupla ofensiva formada por Vitor Roque e Flaco López, autores dos gols que definiram a classificação. Questionado sobre a brincadeira de Raphael Veiga, que disse que o argentino teria “voltado o Messi” após ser convocado para a seleção do seu país, o treinador respondeu em tom sério e apontou que não esqueceu as reações negativas na eliminação anterior. Em suas palavras: “Menos (Flaco/Messi), menos porque o Brasil é um país especial, mas não pode ser do 8 ao 80. Sabem o que a torcida fez comigo, eu sou exatamente o mesmo, mas não esqueço o que chamaram a mim e aos meus jogadores. Está marcado no meu coração, sangra por dentro. Dou o melhor para os jogadores, eles também sabem que lá dentro estamos para trabalhar juntos, em função das saídas e entradas, buscar o que encaixa nas características dos jogadores, a ambição do clube e pensar na reestruturação”.

Abel Ferreira comenta ofensas e apoio da torcida do Palmeiras

Ao avaliar o ambiente no estádio, o técnico reforçou o peso do apoio das arquibancadas para a performance em campo. Segundo ele, há reflexos diretos da atmosfera criada no Allianz Parque na atuação da equipe, e esse alinhamento com atletas, comissão técnica e diretoria é visto como decisivo para manter o nível de competitividade nas fases eliminatórias. Abel afirmou: “A energia de quem não joga, a energia do jogo, você sente na pele quando a torcida está conosco. Umas vezes cantam os nomes dos jogadores, outros não. Quando a energia, os torcedores estão todos conosco, quando a nossa direção acredita no que o treinador faz, os jogadores acreditam, o treinador acredita, e quando as quatro pernas da cadeira estão no mesmo sentido: torcedores, diretoria, jogadores e comissão técnica. Tudo estamos próximos na energia do chiqueiro, que pega fogo e sente-se”.

No recorte esportivo, o Palmeiras volta a confirmar presença entre os quatro melhores do continente sob o comando de Abel Ferreira. No clube desde o fim de 2020, o treinador soma duas conquistas de Libertadores, em 2020 e 2021, e chega agora à quinta semifinal em seis temporadas. Ao longo da entrevista, ele mencionou que o trabalho diário envolve adaptar o modelo às saídas e chegadas no elenco, buscando encaixe com o perfil dos atletas e com as metas estabelecidas pela direção, pontos que, segundo o português, foram reforçados nesta série contra o River.

Palmeiras volta a uma semifinal da Libertadores; adversário será definido

A definição do próximo rival ocorre nesta quinta-feira (25), no Morumbis, no confronto entre São Paulo e LDU, do Equador. Com a vaga assegurada, o Palmeiras aguarda o desfecho do duelo para programar a preparação específica para a semifinal. A equipe volta o foco à agenda imediata, que inclui compromissos pelo Campeonato Brasileiro, enquanto a comissão técnica conduz ajustes físicos e táticos visando a próxima fase do torneio continental. Segundo o próprio Abel, a manutenção da sintonia entre torcida, diretoria, jogadores e comissão técnica será tratada como ponto estratégico na reta decisiva da temporada.